domingo, 7 de outubro de 2012

Homilia Diária

Não sou fã do divórcio!
Vamos ser claros: não sou a favor do divórcio, apesar de que nunca tenha me casado! Mas parece-me que hoje os que se opõem ao divórcio estão fora de moda. Quem está fora de moda são aqueles que, como eu, ainda acreditam no valor do matrimônio.
Esses são os que acreditam que o evangelho deste XXVII Domingo do Tempo Comum, tirado de Marcos 10,2-16, não seja apenas para o povo do tempo de Jesus, mas principalmente para o nosso.
Na verdade, vivemos uma incerteza tal sobre o matrimônio que se declararmos que somos abertamente contra o divórcio corremos o risco de ser ridicularizados. O próprio Jesus é da mesma opinião.
Contudo, existe uma diferença: ele pensa assim porque a realidade do amor não pode ser tão desvalorizada e a realidade do matrimônio é o amor, o amor verdadeiro. E como toda coisa verdadeira, o matrimônio não pode acabar.
Então, é preciso que nos perguntemos sobre aquela afirmação de que “os dois serão uma só carne”. Jesus coloca o acento sobre o futuro, mas parece que hoje não há espaço ao futuro.
Nós vivemos tudo no já e no agora. Se você tem 15, 17 ou 20 anos, conhece a primeira ou o primeiro e se apaixona loucamente. Logo correm para a cama pensando que fossem amantes para toda a vida. Porém, pensando melhor, a realidade dos fatos é bem diferente.
Jovens, será que vocês pensam no futuro quando começam a namorar? Pensem: e se essa pessoa não for aquela que será uma só carne com você? É como se jogasse as melhores cartas antes mesmo de ter aprendido as regras do jogo.
Da mesma forma, a sexualidade se torna como beber um copo d’água. Assim, o que é mais importante se torna uma realidade transitória. Então, quando as coisas não correm do jeito que esperávamos, a saída é o divórcio.
Nós somos filhos de uma geração free, que teve como lema de vida o “tudo e agora”, que deve ser transmitido às outras gerações desde pequeninos.
No entanto, está escrito que “os dois serão uma só carne”. Uma só e não uma só com aquele, uma só com aquele outro, uma outra só com esta outra. E de tentativa em tentativa se pensa que assim se aprende a amar e se pratica um amor que não tem compromisso com nada.
Jesus é o Senhor da vida, mas não de uma vida como aquela que se parece com uma propriedade que Deus não tem vez, e que, se ele quiser entrar, não deve jamais passar do umbral da porta da sexualidade e é melhor que fique fora do matrimônio porque a Igreja jamais compreendeu ou entenderá o matrimônio.
Porém, não é assim. Todo o ensinamento da Igreja está baseado na Palavra de Deus: o homem não separe aquilo que Deus uniu. Se Deus uniu e nós dividimos é porque estamos divididos em nós mesmos sobre as questões morais: ao verdadeiro bem nós substituímos por: “eu penso assim”. Ao que é correto nós substituímos por: “todos fazem assim”.
Não é por acaso que Jesus fique indignado com os seus discípulos logo em seguida e diga para eles que deixem que que as crianças se aproximem dele. Ele diz isso porque as crianças são o fruto verdadeiro do amor verdadeiro. E são eles que motivam essa “só carne”.
Jesus precisa de jovens novos que saibam ser, por assim dizer, “transgressores”, isto é, capazes de dizer “não” à mentalidade deste mundo, fazendo escolhas de verdadeira castidade, que seja capaz de transformar o encontro entre duas pessoas em uma só carne.
O slogan de uns tempos atrás dizia que era proibido proibir. Porém, Jesus hoje está nos pedindo para dizer com força e sem vergonha  não a esse modo atual de entender o matrimônio e a sexualidade. Se tivermos fé, Deus se unirá a nós e unirá a todos nós.
Caros irmãos e irmãs, acordem e recuperem a própria dignidade. Não queremos ver ninguém chorando no futuro. O verdadeiro sonho das pessoas se realiza numa família com F maiúsculo. Que vocês sejam jovens novos e não velhos e sejam grandes desde agora.

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