sexta-feira, 10 de maio de 2013

Jesus está indo, até breve!



Às vésperas de celebrarmos a festa da Ascensão do Senhor revivemos os últimos momentos de Jesus entre os discípulos. Jesus está voltando para a Glória do Pai, são os seus últimos momentos conosco.

O sentimento de posse e até mesmo o egoísmo humano, pode no primeiro momento nos levar a sentir tristeza - Ele vai nos deixar.

É como quando um de nossos entes queridos falece, no primeiro momento vem o choro e a dor, e só quando nos damos conta verdadeiramente do que está se passando é que percebemos a imensa felicidade daquele que tanto amamos e a partir de agora não mais estará entre nós  passará a desfrutar. É a partir da morte que entramos verdadeiramente na Glória de Deus!

Assim acontece também nestes últimos momentos antes da ascensão de Jesus, a primeira sensação é de tristeza e medo, porém Jesus não se preocupa com isto; Ele não nos deixará órfãos.

A preocupação Dele em sua despedida, é que os seus discípulos (e todos nós hoje) entendam que a grande missão que Ele nos deixa é de continuarmos a levar a todos os povos o anúncio da Salvação, que acontece pelo perdão e conversão.

Ninguém deve viver com medo ou sem esperança por desconhecimento, todos precisam conhecer a Verdade que traz a salvação e leva a gloria de Deus.

Mas uma questão ainda hoje se levanta em nossos corações: “quem deve continuar a anunciar a Boa Nova?”.

No relato de Lucas (Lc 24, 45-53) percebe-se que Jesus não está pensando em alguns poucos para essa missão, não será função apenas dos padres ou bispos de hoje, tampouco dos doutores ou teólogos; esta é uma missão de todo cristão e Ele assim declara: “vós sois as testemunhas destas coisas.”.

Jesus conhece bem cada um de nós, nossos medos e fraquezas, e sabendo da importância da missão e de nossas dificuldades humanas é que Ele confirma então a vinda do Espírito Santo – “Eu vos enviarei o que meu Pai prometeu.” – e é este Espírito Santo que doravante irá iluminar os corações de todos os que se comprometem a viver o Cristo ressuscitado.

Devemos ter sempre diante de nós as suas palavras: “vós sois as testemunhas destas coisas!”, é preciso viver a Verdade com todo o coração; e sendo testemunhas e profetas, dar a todos com quem cruzarmos em nosso dia a dia, o testemunho sincero da certeza de que o Deus de amor infinito, junto com Jesus Cristo, nos aguarda um dia para em sua glória vivermos a felicidade eterna.

Tenhamos sempre em nossos corações a força do Espírito Santo, que nos conduz a viver como “testemunhas”, para que ao final da vida estejamos novamente com Jesus na glória do Pai.



Carlos Alberto



quinta-feira, 11 de abril de 2013

O homem moderno aprendeu a duvidar


Ao mesmo tempo em que o duvidar promove o avanço científico e cultural, muitas vezes também a “dúvida” pode provocar o afastamento e a exclusão; em relação à nossa fé, esta dúvida precisa ser esclarecida, respondida e provada, sem reprovações ou preconceitos, pois se bem combatida, agrega, une e fortalece a comunidade em torno da fé.

A caminhada humana por este mundo é um constante tropeçar em incertezas e dúvidas. Vejamos Tomé, que frente ao relato dos discípulos que viram o Senhor ressuscitado foi categórico: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei". (Jo 20, 25b)

Este Tomé é o homem de hoje; é cada um de nós em nosso dia a dia. Somos cheios de dúvidas, incertezas e ávidos por viver experiências que possam nos ensinar.  

Diante da afirmação dos outros discípulos: “vimos o Senhor” aquele Tomé reage, não desacreditando de seus irmãos, mas dizendo que ele precisaria viver a sua própria experiência e que o testemunho de outros não era suficiente para ele naquele momento.

A beleza e o ensinamento deste momento único residem justamente na forma como as coisas se sucedem, os outros discípulos permitem que Tome expresse sua dúvida em relação ao Senhor ressuscitado, não o criticam, nem o abandonam, mas o mantem em seu meio, até que dias depois o “encontro” com Jesus acontece e Tomé pode viver sua experiência definitiva.

Precisamos ter sempre em nossas mentes e corações, que a comunidade cristã de hoje, a exemplo do grupo de discípulos de então, deve ser um espaço de diálogo e acolhimento, pois só assim cada um de nós poderá expor as dúvidas, perguntas e incertezas, bem como partilhar conhecimento e experiências de forma que todos possamos cada dia mais, crescer na fé.

O cristão que a exemplo de Tomé, consegue viver de maneira honesta e saudável suas dúvidas e incertezas, sem perder o contato com a comunidade e com Jesus, aprofunda e fortalece sua fé de forma clara e consciente, sustentando-a em conhecimentos, certezas e experiências. Não se contentando em vivê-la superficialmente, apenas repetindo fórmulas decoradas ou submetendo-se a preceitos estabelecidos; mas sendo ele próprio permanente e verdadeiro testemunho do Amor e Misericórdia de Deus.

Caríssimos, que neste Ano da Fé, onde toda a Igreja proclama: “Credo Domine adauge nobis fidem.” – “Creio Senhor, mas aumenta nossa fé.”, sejamos uma comunidade acolhedora como a dos discípulos, tenhamos a honestidade de Tomé e assim, acolhendo com carinho, discutindo nossas dúvidas e vivendo experiências esclarecedoras possamos por fim dizer com convicção, certeza e a mais profunda fé: “Meu Senhor e meu Deus!"(Jo 20, 28)

Carlos Alberto

terça-feira, 19 de março de 2013

E o Papa, vai de ônibus?



No latim, língua oficial da Igreja, o substantivo omnibus dá origem a palavra portuguesa ônibus, que se traduz como: para todos. O Papa Francisco, como qualquer purpurado que se preze, fala latim e sabe disso. O povo, por sua vez, não fala latim, mas sabe bem o que é um ônibus. No entanto, o dado que tem impressionado o mundo é que este Papa faz o comum a um Papa, fala latim, mas também faz o comum ao povo, anda de ônibus, com o seu verdadeiro significado: para todos, inclusive para o Papa.
O Francisco dos ônibus agora se vê na barca. Ele enfrentará o desafio de conduzir a embarcação de Pedro que sofre com mar revolto. Talvez a experiência com os ônibus possa ajudar na configuração de uma barca para todos, de fato católica, portanto, universal, sem acepção.
Há, inclusive, uma máxima pastoral que diz: “é melhor errar com o povo de que acertar sem ele.” De nada vale uma Igreja perfeita, sem o povo, uma cúpula ilibada, mas que, no fundo, não representa ninguém. O Papa já deixou claro que não quer descer do ônibus, mas também não quer que o povo desça. “E agora comecemos este caminho, bispo e povo (…) um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós.”
Como mais um passageiro, arrisco pedir ao Papa: Francisco, restaure a Igreja, mas vá de ônibus, com o povo. Não pare para discutir caprichos do cenário tais como: De quem pode mais? Quem cresce mais? Quem perde mais? Pare o ônibus única e exclusivamente para recolher aqueles que não podem comprar passagem.
Com todos os limites da comparação, arrisco dizer que a receita para a Igreja é, justamente, um Papa que vá de ônibus.
Francisco, bom trabalho, vá com Deus, mas vá de ônibus!

Frei Renato Pezenti, OFM

sábado, 16 de março de 2013

Papa Francisco - Primeira Homilia



Homilia do dia 15/03/13, em sua primeira missa como Pontíficie:
Vejo que estas três Leituras têm algo em comum: é o movimento. Na primeira Leitura, o movimento no caminho; na segunda Leitura, o movimento na edificação da Igreja; na terceira, no Evangelho, o movimento na confissão. Caminhar, edificar, confessar.
Caminhar. «Vinde, Casa de Jacob! Caminhemos à luz do Senhor» (Is 2, 5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa.

sexta-feira, 15 de março de 2013

A curiosidade que ensina e encanta




    
Diante de toda a beleza do Vaticano, em especial a Basílica de São Pedro e que tanto tem sido exibida pela mídia nos últimos dias, fui questionado de forma simples e despretensiosa a respeito da belíssima imagem de Nossa Senhora que vemos no Altar da Confissão e até já foi vista fora da Basílica em celebrações presididas por Bento XVI na Praça de São Pedro.

sábado, 19 de janeiro de 2013

O vinho do amor!


Neste próximo domingo viveremos o 2º Domingo do Tempo Comum – Ano C, ao menos atento pode parecer estranho que seja proclamado o Evangelho de João, pois no tempo comum do ciclo C acompanhamos Lucas.
A explicação é que anteriormente a Epifania celebrava três eventos: a Adoração dos Magos, o batismo de Jesus e as bodas em Caná. Atualmente a liturgia celebra no dia da Epifania apenas a Adoração dos Magos, e nos domingos seguintes os outros dois eventos. Por isso temos neste domingo o Evangelho de João, que é o único que conta a Bodas de Caná na Galileia.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Homilia Diária

A alegria de Jesus
A alegria dos discípulos por causa do sucesso alcançado na realização da missão que lhes foi confiada por Jesus provoca momentos de alegria em Jesus.
Segundo o evangelho de hoje, de Lucas 10,21-24, Jesus dirige a Deus uma oração chamando-o Pai, ou melhor, de “papai”, como os filhos menores o faziam, segundo a tradição judaica.
O papai de Jesus é Deus, o nosso criador, o criador do céu e da terra e de todas as coisas que nos rodeiam e em relação aos homens Deus é um amigo muito querido, é alguém da família, é um paizão.
Fazendo assim, Jesus mostra o seu empenho em libertar o ser humano do terror de Deus.
A alegria de Jesus é motivada pelos critérios que Deus escolheu para manifestar os seus mistérios.
Ele os escondeu aos sábios e entendidos e os revelou aos pequenos. Jesus e a sua mensagem não foram aceitos por pessoas cultas ou instruídas, mas foram entendidos por pessoas simples, pobres e humildes.
Sua mensagem de amor é atual para cada um de nós, para as pessoas que amamos, pela nossa família, pelos nossos amigos e a revelação da paternidade de Deus em relação a nós é salvação para nós: “esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o único e verdadeiro Deus e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3).
Neste dia de nossa preparação para o Natal, somos convidados a experimentar a alegria de Jesus por ver que cumprimos a nossa missão como cristãos, a começar entre os de nossa família.