Este é o
momento oportuno para se refletir sobre o Espírito Santo, que é o amor do Pai e
do Filho derramado sobre cada um de nós, fazendo com que nos tornemos sua
morada, animados a viver como irmãos e seguidores de Cristo Jesus. Paulo VI
convidava: Recebei o Espírito Santo com alegria, para que Ele possa transformar
os corações. Não é fácil
falar sobre o Espírito Santo, porque nos faltam palavras, algo sensível,
concreto, para expressá-lo bem e entendê-lo melhor.
Mesmo assim,
apelando para a origem da palavra espiritus (latim), pneuma (grego) e ruhá (hebraico),
que significam ar puro, sopro, hálito
Gn 2, 7, ar em movimento, deduz-se que o
espírito é movimento, dinâmica, força, luz, que influenciam os corações. São vários,
portanto, os símbolos relativos ao Espírito Santo, que podem ser encontrados na
Bíblia, para torná-lo mais conhecido e entendido: o sopro, Jesus soprou sobre
eles, dizendo: “Recebam o Espírito Santo Jo
Em Mateus 6,5,
percebe-se que Jesus, quando curava e abençoava as pessoas, sempre o fazia
impondo sobre elas sua mão, significando
a efusão do Espírito Santo. É Ele a
terceira pessoa da Santíssima Trindade, alma da igreja, a dirige, a fortalece,
a santifica, é o comunicador da vida.
Sua missão é libertadora, santificadora,
norteadora de diretrizes para o caminho da santidade.
Ele é Santo
porque é puro, sagrado, divino e perfeito; Ele é o sopro de Deus que penetra a
profundeza de nosso ser, segundo o salmista. A presença do
Espírito Santo toca os corações daqueles que o amam, o conhecem e o vivenciam e,
assim, os enche de sabedoria. Todo batizado
reconhece ou deveria reconhecer que, nele se encontra toda a possibilidade de
libertação de medos e temores.
Os seres
humanos são lerdos em suas reflexões e decisões, caso fossem espertos, sua
adesão ao Espírito seria ágil, rápida, pois, Ele já se encontra em cada um,
bastando apenas a abertura de coração, e o propósito de conversão para que Ele
venha e faça nele sua morada. Mesmo porque, segundo Paulo, pelo batismo
já nos tornamos templos do Espírito Santo. Vinde
Espírito Santo, vinde Espírito Santo e repare nossas inúmeras fragilidades e
habite em nós, aja em nós, fortifique as paredes dessa pobre morada.
O Espírito
Santo no Antigo Testamento e no Novo Testamento. Desde o
inicio da criação, a terceira pessoa da Santíssima Trindade se fazia presente
nesta magnífica obra do criador... ” e o Espírito de Deus pairava sobre as
águas” Gn 1,1-2. Deus, vendo a
fraqueza de seu povo, e querendo extrair dele lideres e profetas, os enchia do Espírito
Santo e os tornava homens sábios, para que profetizassem algo que pudesse se
transformar em esperança para o povo sofrido, ou seja, o Messias que haveria de
vir.
Assim o
profeta Ezequiel, pregava a transformação dos corações Ez 36,26-27; Joel, a
vinda do Messias, quando deveriam acontecer coisas extraordinárias, como o
derramamento do Espírito Santo Jl 3,1; Is 61, 1, que proclama a boa noticia e a
obra libertadora de Cristo Lc 4, 18-20. E assim,
tantos outros que insistiam nas promessas do Deus invisível que se tornaria
visível. O Senhor
Jesus, enquanto esteve aqui, valeu-se de uma pedagogia extraordinária, revelou
e ensinou tudo e o suficiente para que o ser humano pudesse alcançar a
salvação, segundo Paulo. Daí ter usado
recursos lingüísticos, figuras
gramaticais, exemplos extraídos da natureza, do próprio comportamento
humano, situações do momento histórico, apelo às Escrituras, para que fosse
entendido, contudo, o crucificaram.
Sabedor, porém,
das limitações daquele povo, antes de partir, prometeu a todos que iria enviar
um substituto, o Paráclito, “ Eu rogarei
ao Pai e Ele vos dará um outro Paráclito para que fique eternamente convosco.
Não vos deixarei órfãos” Jo 14, 16-17, “Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o
Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo
e vos recordará tudo o que eu vos disse” Jo 14,2. Esse Paráclito deve ser entendido como o auxiliar, aquele
que estará ao lado de todos, o advogado, que sem pretensões de honorários,
defende a cada um de acordo com suas
necessidades junto ao Pai I Jo 2,1; pleiteia
diante dos tribunais humanos Jo 15,26-27. Assim o
Espírito Santo dará testemunho de Cristo e confundirá a incredulidade do mundo
Lc 24, 29.
O dia de Pentecostes,
a ser celebrado nestes dias, é o dia mais importante para a igreja católica,
considerando-se que, nele se comemora a
fundação da nossa igreja, dia em que
se perdeu todo tipo de medo de sair por ai pregando o santo evangelho a todos
os povos. “
Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo que se repartiam e que pousaram
sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo”... At. 2,3-4. Esse foi o
grande acontecimento histórico para igreja. A partir daí, após a recepção do
Espírito Santo, os apóstolos se transformaram, Nossa Senhora não, porque sempre
foi cheia Dele, e com intrepidez e ousadia passaram a testemunhar Jesus e a
proclamar e pregar o evangelho, sem medo, fazendo milagres, muitas curas e prodígios, At. 4,29-31. Como membros
desta igreja, todos recebemos seus dons e esses
devem ser frutificados, mediante nosso engajamento comunitário, onde a
partilha deve ser constante, objetivando o crescimento pessoal e coletivo.
O tempo do
medo já acabou, hoje, pelo Espírito Santo em nós, não somos os mesmos,
revestidos com sua força teremos condições de produzir bons frutos, de vivermos
a fraternidade dentro da comunidade, de
sermos testemunhas verdadeiras de Cristo e meios úteis de comunicação de seu evangelho. E nessa
caminhada eclesial com o Espírito Santo, temos como companheira, Maria, que
jamais nos abandonará. “O Senhor a encheu com a presença do Espírito Santo e a
escolheu para ser o cofre vivo para guardar o mais precioso tesouro – Jesus.
Seu corpo esteve habitado, durante nove meses pela sua carne vivificante e sua
alma, fecundada pelo orvalho do Espírito Santo”. Maria sempre
foi fiel á palavra de Deus e sempre ouviu sua voz, daí ter-se tornado sua filha
predileta e no final mãe de todos pela vontade de seu Filho na cruz: filho eis
a tua mãe, mãe eis aí o teu filho Jo. 19,26-27.
Assim,
guiados pelo Espírito Santo, motivados pelas suas forças, aproveitemos desse
momento para renovar nossa esperança e fortificar nossa fé em Deus Pai e Filho, e com
isso, nos tornarmos servos bons e fiéis, sempre engajados em nossas comunidades,
pela intercessão de Maria nossa mãe querida. Tempo de Pentecostes!
Obrigado Senhor.
José Scofoni
- Zito
Nenhum comentário:
Postar um comentário