sábado, 12 de maio de 2012

Deus Conosco



Constata-se, cotidianamente, que o homem moderno, em decorrência de mutações constantes na órbita científica e tecnológica, se afasta mais e mais de Deus, transparecendo, busca de sua autossuficiência, em detrimento de sua filiação e dependência divina.
Em suas aventuras, o homem prioriza mais o acidental do que o substancial, banalizando a vida, a dignidade e os valores tradicionais; subjuga-se aos caprichos do hedonismo, ganância pelo poder, bens materiais e uso desordenado do sexo, etc. Tudo isso o afasta de Deus.


Na verdade, Deus se encontra mais perto de nós, do que se imagina, velando-nos e protegendo-nos sem medida. Deus, desde o AT. quis se fazer presente na vida homem, principalmente, em razão de seu afastamento e infidelidade aos seus compromissos.
O Pai, em sua bondade incomensurável, quis compartilhar sua infinita misericórdia, propiciando aos seus filhos meios para que pudessem ser felizes, já aqui na terra.
Ele cria, determina e, paternalmente, indica os caminhos a serem seguidos pelo seu povo escolhido. O homem, de cerviz dura, Lhe é infiel, descumpre o acordo inicial da aliança, não obedece e sofre as conseqüências.

Mesmo assim, Deus continua presente na história da salvação, revelando-se aos patriarcas Abraão, Isaac, Jacó, manifestando a eles sua promessa e Aliança.
Dando continuidade, no Monte Sinai, estabelece com Moisés a mesma Aliança  (Ex 19,1..) e este, fiel à sua vocação, levou avante o projeto de Deus, selando  e ratificando o pacto com o sangue de uma só vítima  Ex 24,8ss,  aspergindo  o povo, disse: ”Este é o  sangue da Aliança que Javé  fez conosco.

Tudo isso como prenuncio da nova Aliança, firmada no calvário, por Jesus, através do seu sangue derramado na cruz em remissão de nossos pecados Mt 26,08; Hb 9,12-26.
Segundo observações da Bíblia de Jerusalém, no Pentateuco são descritas várias manifestações da presença de Deus, sob as expressões: coluna de nuvens, a nuvem, a glória de Javé, à época da libertação do povo do Egito. Em Ex 13,22, Javé ia diante deles, de dia, numa coluna de nuvem, para lhes mostrar o caminho, e de noite, numa coluna de fogo...

Deus aparece também como murmúrio de uma brisa suave 1Rs 19;12, significando a intimidade de seu trato com os seus profetas, sem ser rigoroso para com eles. E hoje, Jo 1,14 “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória”.

Jesus plenifica a presença de Deus na terra e dá continuidade à sua presença. “Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho Hb 1,1”Jesus é o porta-voz de Deus Pai, e obediente a Ele, nos revelou aquilo que viu e ouviu em seu seio.

O Pai é Deus, contudo não se trata de saber quem Ele é, mas, sim, o que Ele é para nós, (Conhecer a Bíblia, Ivo Storniollo 2.008). Ele o “ABBÁ”, pai, paizão, amigo fiel, que constantemente está ao nosso lado, repudia o pecado, mas ama o pecador. Traduzir Deus em poucas palavras torna-se difícil, vez que as escrituras, Padres da Igreja, teólogos, Santos Padres, Doutores, sempre sentiram a mesma dificuldade.

Demais disso, é ainda, difícil porque, jamais, algum mortal viu a face de Deus, seu rosto, contudo, sabe-se que Ele está no meio de nós, na criação, e tudo reflete sua presença, sem se confundir com doutrina panteísta. O homem moderno não percebendo que foi feito á imagem e semelhança de Deus, está sendo massacrado pelos seus próprios inventos.
Deus é autor e dono, está presente e exige do homem a obediência e o seu reconhecimento
È no coração dos mais humildes que Deus se aninha e faz sua morada e aí se manifesta para que o mundo seja melhor. 

Suas manifestações dão-se através de sinais aos que lhe são fiéis. Percebe-se que, o ser humano, empolgado pelas facilidades que o mundo moderno oferece, esquece da existência e presença de Deus, e decide agir a seu modo, na ilusão de que tudo lhe é permitido. A pauta de hoje é “gozar a vida”, usufruir da melhor forma possível do corpo, dos bens e de tudo aquilo que o mundo oferece.

A permissividade desregrada é ofensa a Deus que, pela sua misericórdia e respeito à liberdade, concedida aos seus filhos, não interfere em suas ações e decisões. Como todos são mortais, no dia do juízo nenhum terá o privilegio de se isentar da prestação de contas, exigida de acordo com sua justiça.Cremos nós, que o primeiro ìtem a ser exigido recairá sobre os dons ou talentos, confiados a cada um, e o grau de misericórdia adotado durante a vida para com o próximo. 

Mesmo assim, é certo que as ocorrências finais de nossa existência, sempre estarão na dependência das mãos bondosas do Pai, que de tudo fará para que seus filhos não se percam, à vista disso, o tempo é agora, as oportunidades são inúmeras para que sejamos agradáveis a Deus, “Se, pois, com sua boca confessares Jesus como Senhor, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo – Rm 10, 8b-10.
Aquele que assim agir, terá condições, sim, de sentir e ver a Deus, porque Jesus em seus magistrais ensinamentos nos disse: “Quem me vê, vê o Pai”.

O papa Bento XVI, por ocasião de seu discurso inaugural da V Conferencia Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida, disse: “só quem reconhece a Deus, conhece a realidade e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano”.
Em síntese, Deus se manifesta sob formas diversas, que serão entendidas apenas por aqueles que, revestidos de grande humildade, mais se sensibilizam pelas suas coisas e seus ditames. Confessemos Jesus como o Senhor... e que permanece sempre em nós.      

José Scofoni  - Zito

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