Chegamos a um dos cernes desta semana o dia em que vemos Jesus de modo
humano, tão humano que morre. Morte de cruz.
Cruz que para nós é sinal de redenção,
remissão de todos os nossos pecados, sinal de salvação. É o dia em que contemplamos
o ato mais grandioso de Amor. Amor do Pai, amor do Filho, amor do Espírito
Santo. Jesus se entrega na cruz e carrega consigo todos os nossos pecados, nossas
culpas e nossas misérias.
“Não Senhor, não desça da cruz, porque se Tu desceres terei eu que subir”
Jesus não experimentou o pecado, mas
experimentou do gosto dele. Jesus ontem ceava com seus apóstolos com o cálice
da salvação e agora bebe do cálice cheio da podridão humana. Toma para si neste
cálice toda a fraqueza e impureza humana que nos afasta de Deus e que hoje nos
faz também dizer: “Pai porque me abandonaste”. O gosto do vinagre bebido por
Jesus na cruz é doce perto do gosto amargo do fel do pecado da humanidade.
Talvez por isso o Jesus, na sua humanidade, foi tentado a não querer beber.
Mas o seu amor é maior, e por isso paga com
todo o seu sangue, com toda sua dor e todas suas chagas o preço que o pecado
nos cobraria. Assim, a Sexta-feira
Santa traz consigo um convite à reflexão, onde cada indivíduo repensa sobre
seus atos, confrontando com os
ensinamentos e com a vida de Jesus. Por isso, a Igreja recomenda fazer jejum e abstinência
de carne: para lembrarmos que dependemos de Deus!
A sexta-feira Santa é o dia da morte de Jesus, mas não do Cristo. Pois o
Cristo é a garantia da ressurreição e da nossa libertação tão esperada por
todos, principalmente para o povo de Israel que desde o Antigo Testamento se
preparava para este momento. Porém, essa libertação se estende aos dias de hoje a cada pessoa que se
confessa discípulo de Jesus. O Senhor Jesus morre, e isso entristeceu aos seus
apóstolos da época, mas para nós isso deve ser motivo de expectativa,
esperança, expressão de amor. Jesus sofreu e passou
por tanta dor para que os cristãos pudessem experimentar o amor de Deus, que
entregou o Filho para a nossa salvação.
Deus por amor, se fez humano para divinizar o
homem. E para isso precisou morrer e carregar consigo, como cordeiro
expiatório, todos os nossos pecados para nos livrar da morte eterna e assim
vencermos a morte como Jesus fez.
Fernando Lopes
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