“Ama
teu próximo como a ti mesmo”, assim fala Deus na lei
dada a Moisés.
A
ordem é clara, direta e objetiva, porém; cumpri-la já é outra história. Talvez
grande parte da dificuldade deva-se justamente a nossa limitada lógica humana e
por não conseguirmos perceber o mandamento conforme a lógica de Deus.
Somos muito rápidos e
bastante abrangentes quando precisamos falar sobre como queremos e esperamos ser
amados pelos que nos cercam; porém nem sempre somos tão generosos quando as
posições se invertem.
Quando falamos sobre Deus e
sobre amor, precisamos ter em mente que cada um de nós é um ser único, e que
esta individualidade vai fazer com que as outras pessoas nos amem do jeito que
cada uma delas sabe amar.
Esta observação é perigosa
se vista por lentes seculares e egoístas, pois poderia conduzir a falsa
conclusão, que muitas vezes nos “atropela”, de que “só quem gosta de mim sou eu
mesmo”. Nada mais falso e sem sentido; ao nos aprofundar no entendimento da
ordem dada a Moisés, é simples perceber que o pedido é para cada qual amar
segundo sabe e o faz consigo mesmo.
É daí que vem o conflito,
nosso egoísmo e soberba nos leva a querer que sejamos amados conforme o nosso
desejo e não segundo a capacidade do outro. E o mais importante, Deus não diz a
Moisés que os outros devem te amar conforme você se ama, ou seja, não espere
deles o amor que quer, mas, entregue a eles o amor que você tem...
Amar ao próximo como a ti
mesmo deve nos levar a entender que: “as pessoas só podem me amar do jeito que
elas sabem e podem; ninguém poderá me amar do jeito que eu quero ser amado. SOMENTE
DEUS NOS AMA BEM ALÉM DO QUE PODEMOS IMAGINAR”.
Se
conseguirmos viver segundo este entendimento, fica muito mais fácil compreender
o próximo, e ao compreendê-lo, aceitá-lo e amá-lo, mesmo com suas carências,
dificuldades e falhas; e esperar que os outros também possam ser capazes do
mesmo entendimento para comigo; e se assim não acontecer, que Deus nos auxilie,
com um coração mais misericordioso e compreensivo.
Pensemos
nisso, e quando pudermos agir assim (e não é nada fácil), poderemos então
tentar o segundo passo - lembremos o ensinamento de Jesus: “Eu vos dou um novo
mandamento: amai-vos uns aos outros. Como
Eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34).
Só aí então poderemos chamar uns aos
outros de Cristãos.
Que
o Amor de Deus por nós nos ensine a amar verdadeiramente, amém.
Carlos
Rissato
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