Durante um encontro de formação nesta última semana,
chamou-me a atenção quando o palestrante, um frei da Ordem dos Franciscanos
Menores, membro da Sociedade Brasileira de Canonistas, professor de Direito
Patrimonial Canônico na Pontifícia Universidade Antonianum em Roma (entre
tantas outras qualificações); abriu a palestra comentando sobre um determinado
dia, quando ainda era estudante no Vaticano e o professor efusivamente
conclamava a turma a estudar mais, pois do contrário não fazia sentido estarem
lá; registre-se apenas que o professor era o cardeal Joseph Aloisius Ratzinger,
hoje Sua Santidade Papa Bento XVI.
Por
alguns instantes pensei sobre nossas comunidades e o fato de como são poucas as
pessoas que se interessam por saber mais religião do que já sabem. Contentamo-nos
facilmente com a religião que recebemos até os onze ou catorze anos, em função
das “obrigatórias” instruções para a Primeira Eucaristia e Crisma; depois
disso, a maioria de nós acomoda-se e vivemos do pouco que foi possível armazenar
naquele período. Progredimos muito na profissão, no relacionamento social, mas pouquíssimo
na confissão.
Hoje,
gastamos tempo no cinema, no shopping, na internet, temos centenas de amigos
com quem teclar no facebook, mas quantas vezes nos últimos meses estivemos
presentes em um encontro de formação sobre assuntos de fé, qual foi o último
livro sobre religião, teologia, Igreja Católica ou patrística que lemos, se é
que já lemos algum...
A
verdade sincera é que acreditamos que o que foi aprendido já está bom, que é
desnecessário conhecer Deus ainda mais a fundo. Delegamos a responsabilidade de
formar nossos filhos na fé aos catequistas de nossas paróquias ou capelas, mas
nem sequer sabemos o quanto eles conhecem de Deus e o que estão tentando
colocar nas cabeças de nossas crianças e jovens.
Acabamos
vivendo uma religião cheia de fantasias e achismos, uma fé sustentada pela
barganha e pelo medo; e tudo isto, simplesmente por preguiça de nos entregarmos
ao estudo e ao conhecimento mais profundo da Verdade, por não separarmos tempo
para o que realmente importa, por tentarmos fazer tudo de modo fácil. É que estudar
e pensar dá trabalho.
Declaramo-nos católicos, participamos da
missa dominical, nos orgulhamos de nossa caridade; mas infelizmente conhecemos
pouco a nossa Igreja. Pois bem, há como mudar isso; é só dar mais “trabalho” aos nossos pastores, vamos
procurar nossos vigários e párocos para que nos orientem sobre literatura
adequada, estudos e encontros de formação, vamos acompanhar mais de perto a
catequese de nossos filhos, vamos questionar mais, nos informar e participar
mais da vida da Igreja.
Pensar e estudar dá trabalho, mas a
grande recompensa é o conhecimento e o crescimento. Vamos nos organizar e
estudar, vamos conhecer mais e mais sobre Deus, para que dia a dia nos tornemos
melhores cristãos e assim possamos além de viver melhor nossa fé, partilhá-la
com mais generosidade, concretude e firmeza.
Vamos
estudar mais Deus na nossa comunidade!
Carlos
Rissato
Parabéns pelo artigo...concordo plenamente com o autor quando diz que ficamos acomodados com aquilo que aprendemos na fase obrigatória da vida. Deveríamos ler mais...estudar mais....até mesmo para questionar mais embasado em conhecimentos.
ResponderExcluirNós do blog Caminhos do Céu agradecemos seu comentário e esperamos poder continuar contando com seu apoio e visita ao blog.
ExcluirVamos todos juntos estudar mais, partilhar mais e assim evangelizar mais e melhor ...
Fiquemos com Deus,
Carlos Rissato