segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ai de mim!


Graça e paz da parte de Cristo!
Na liturgia de domingo passado (05.02.12) ouvimos na segunda leitura a carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 9,16-19.22-23) onde Paulo nos diz da sua necessidade de Evangelizar e nos dá um alerta: “Ai de mim se não Evangelizar”!

O que Paulo quer nos dizer com isso?

De modo geral, a ação de evangelizar é como uma relação com a divindade, uma missão ligada à transcendência, uma notícia da parte de Deus. O mensageiro é, não raro, visto como um “anjo” de Deus, um embaixador dos céus, alguém que representa, que significa e que traduz uma mensagem do alto.
Evangelizar é anunciar algo novo, diferente, melhor, e, do mesmo modo, cultivar, rever e confirmar o que foi anunciado. Evangelizar é cativar para uma transformação. O vinho novo não pode ser contido por odres velhos (Mc 2,22), por que uma realidade antiga não suporta a novidade. A evangelização causa impacto, admiração e convencimento, pelo conteúdo, forma e testemunho.

Se a missão de evangelizar não é privilégio, orgulho ou ostentação o que será então? Não sendo questão de orgulho, será uma questão de ordem, de obediência ou como ele mesmo afirma, uma necessidade. Quem evangeliza, só evangeliza se promove e edifica profeticamente a comunidade, e por isso, não há compatibilidade com a promoção pessoal, orgulho ou vanglória. Evangelizar, em outra ótica também importante, é se pôr à serviço, se entregar. Aquele que diz que fazer algo, no qual não se “ganha” nada, é uma necessidade, se entregou profundamente na missão e no mistério do Evangelho.
Quem coloca condições para Evangelizar, me desculpe: não é discípulo, não é nem digno de dizer que é evangelizador! A missão exige sacrifício, doação e entrega, o que constitui a cruz de cada dia. A cruz pode ser o tédio, o cansaço, o desencanto, o sono, a preguiça, o medo, a vergonha, as resistências das pessoas e todas as dificuldades inerentes à acolhida de uma proposta nova. O discípulo, que agora é um apóstolo, precisa ter claro que assumiu um compromisso, uma responsabilidade e um acordo com Cristo. Não cabe ao evangelizador determinar o conteúdo, o jeito, a hora, o tempo, mas cabe-lhe cumprir o que lhe foi pedido: “Eis aqui a serva do Senhor”! (Lc 1,38)
“Ai de mim se eu não evangelizar é um grito que ecoa ainda hoje, nas igrejas, comunidades e povoados. Este grito não pode ser apagado, abafado ou diminuído, nem mesmo desviado ou coagido a silenciar. Ele precisa ser tão forte e tão claro que possa ir além dos limites geográficos dos povos, e assim, ele possa transformar, pelo Evangelho, os critérios, os valores e o pensamento da humanidade.  O batizado é um evangelizador por vocação. Ele precisa entender sua missão batismal e sua responsabilidade decorrente desta vocação. 
O evangelizador é alguém que, antes de mais nada, precisa saber renunciar: pai, mãe, esposo,filhos … e assumir sua cruz (Lc 14,26-27). Renunciar ao pai, mãe e outras pessoas e coisas, significa deixar em segundo lugar as coisas que fizeram parte até o presente momento de sua história, pois de agora em diante, virá a missão de ser apóstolo. Pedro e André, João e Tiago, seguiram Jesus imediatamente ao seu chamado. Eles não perguntaram pra onde iriam, como iriam e como isso acabaria, somente largaram suas redes e seguiram. Deixaram tudo para trás e foram viver um novo sentido de vida. Qual o sentido da sua? E o que você precisa deixar para trás para seguir Jesus incondicionalmente?
Pense nisso!
Fernando Lopes

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