segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Homilia Diária

Fé: confiança no poder de Deus
No evangelho de hoje, de Lucas 7,1-10, alguns anciãos dizem para Jesus: “O oficial merece que lhe faças este favor”. O oficial de que fala o evangelho é um centurião romano. O centurião diz: “Eu não sou digno”.
Existe uma grande diferença entre merecimento, isto é, os direitos que temos em Deus, e a pobreza expressa pelo centurião.
Qual a razão disso? Eu peço, mas não tenho resposta.
O elenco das nossas tentativas de comercializar com Deus poderia ser longo. O ser humano, diante da própria impotência e da própria miséria, dirige-se a Deus, em quem vê realizada a totalidade dos seus desejos e, em num comportamento que já contém em si uma beleza, mas também próxima do paganismo, se consola pensando que Deus nada possa fazer a não ser responder-lhe, concedendo-lhe tudo aquilo de que tenho necessidade.
Por isso, o ser humano sempre sofre a tentação de comercializar com Deus. Pensa espontaneamente que a oração faça nascer uma espécie de dever da parte de Deus.
Deus é Pai e conhece as nossas necessidades. Porque tem um coração de Pai, se compraz quando nós expressamos isso.
Mas ele espera de nós um comportamento filial, feito de confiança absoluta. Um filho espera tudo do pai. Um adolescente exige os seus direitos, um adulto reconhece a própria pobreza diante daquele de quem depende.
Essa é a nossa situação com Deus: “Eu não sou digno!”, para depois ouvir a resposta: “nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé!”.
Na verdade, a fé não é uma exigência da parte do homem diante de Deus. Ela é uma confiança no seu poder, poder que é capaz de realizar muito mais do que expressamos com nossos desejos.
A resposta de Jesus é simples e direta: “Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde”.

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