sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Para que existe a Igreja?



Em nossa realidade atual, onde tudo é imediato e superficial, o importante é ter respostas mesmo sem saber direito o que foi perguntado; a ânsia de se ter solução para tudo, somada ao senso comum nos leva normalmente a respostas que despercebidamente nos desviam da Verdade, tornando-se a nossa “verdade”; e a repetição acaba por fazer com outros também acreditem ser aquela a resposta correta.
A pergunta inicial abriu um dos últimos encontros com meu grupo de catequese para crisma e nosso objetivo tanto lá como aqui, não é dar a resposta, mas provocar a reflexão e a partir desta reflexão permitir-nos um olhar mais profundo sobre nossa Igreja.

Homilia Diária

Qual a nossa função como cristãos?
O evangelho de hoje é tirado de Mateus 25,1-13. Jesus conta para os discípulos a parábola das virgens prudentes e das virgens insensatas.
Como um grande farol que guia os barcos quando eles se aproximam da costa, também nós deveríamos buscar aquilo que nos ilumina e a própria luz.
A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1,17-25) fala da experiência de Deus em estado puro. É uma experiência vivida a partir do evangelho.
Era difícil para as primeiras comunidades entender a mensagem de esperança trazida pelo apóstolo Paulo. Os Coríntios não entendiam como a morte poderia se transformar em vida ou como era possível Jesus mostrar o caminho que devia ser seguido quando o que haviam visto e ouvido era exatamente o contrário, ou seja, uma pessoa derrotada com uma mensagem sem sentido. Tudo um ato de fé.
É no caminho da vida que devemos nos deixar guiar pela luz da palavra e, ao mesmo tempo, ser reflexo e parte da palavra. Devemos arder e dar a luz, compartilhá-la e oferecer nosso combustível, o amor. Um amor que cada um deve viver de maneira plena, pois ninguém pode amar pelo outro.
As virgens prudentes não partilharam seu azeite com as virgens insensatas não por não ser generosas, mas para mostrar que as experiências pessoais devem ser vividas por cada um e cada um deve cultivar o que lhe foi dado sem deixá-lo apagar.
Estar preparados é o mesmo que contar com um amor infinito, com a caridade, com a compreensão, como combustíveis de nossa vida.
Quando fazemos uma instalação elétrica, devemos usar diferentes elementos se quisermos que funcione corretamente e conseguir nosso projeto de iluminar. Fios, fitas vedadoras, interruptores, boquetes… Tudo isso é imprescindível, mas nada funcionará se não estivermos por trás.
Cada um de nós poderia escolher ser um elemento da instalação conforme criamos nossas possibilidades e virtudes: transmissores, conectores, mediadores, receptores, emissores. Tudo isso possui uma função em vista de uma mesma finalidade: dar a luz.
Hoje, somos chamados a imaginar qual seria nossa função para poder fazer chegar aos que nos rodeiam essa corrente de vida, essa luz que guia, esse facho que é a vida.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Homilia Diária

Quem é o Senhor para nós?
O evangelho de hoje é tirado de Mateus 24,42-51.  Jesus fala aos discípulos para que estejam vigilantes, porque não sabem o dia em que o Senhor virá.
Depois, aponta as atitudes que os discípulos devem ter para quando o Senhor chegar: “Feliz o empregado, cujo senhor o encontrar agindo assim, quando voltar. Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens”.
Reflitamos um pouco sobre as nossas atitudes em relação à vida. Jesus diz: “Ficai atentos! porque não sabeis em que dia virá o Senhor”. Essa advertência precisa ser interpretada segundo o conceito que cada um tem do Senhor que virá.
Como se comportaria um rapaz ao saber, depois de alguns dias de ausência, que sua amada estaria chegando? Certamente a receberia com todo o carinho do mundo, porque seu grande desejo é tirar o máximo de proveito da presença de sua amada.
Então, podemos nos perguntar: quem é o Senhor para nós? É o que nos ama, é o que a vida por nós, e quem está disposto a nos dar todos os dias o seu corpo e o seu sangue derramado, é o que nos prometeu, depois de nos acompanhar constantemente em nossa vida terrena, que nos fará desfrutar da felicidade total no Reino que preparou para nós desde a criação do mundo.
Se é assim, nós estaremos aguardando a cada dia e todo dia, a cada minuto, a cada instante, com uma alegre expectativa.
Se o Senhor tiver alguma coisa a questionar sobre a nossa vida, ficará difícil permanecer vigilantes e desejar sua vinda.
Porém, o cristão deve viver sem temor. Deve se preocupar sim em viver o dia a dia, mas com a consciência da responsabilidade de cada um dos seus atos.
Hoje, ele já nos concedeu a grande graça de administrar um bem precioso que nos deu: a nossa vida. Façamos de nossa vida um grande ato de amor para com Deus.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A fronha dos Sonhos

Quem me conhece, sabe que eu sou uma pessoa da qual tomo muito cuidado com a fé que é baseada só na emoção, no sentimentalismo, pois essa fé nos leva a uma irracionalidade que pode entrar num grau de "fanatismo". E eu sei que o lado sentimental da fé é o que mais "toca" na pessoa e o que mais motiva a pessoa a tomar alguma decisão. Sabendo disso igrejas evangélicas abusam desse tipo de fé e produzem situações como essas que vocês podem ver no vídeo abaixo.



Como podem ver pessoas são levadas a crer que uma fronha pode resolver os seus problemas. Para Deus tudo é possível, até sem fronha Ele resolve tudo e pela fé da pessoa em desespero o Senhor a escuta e a cura de todos os males que a tormentam. O Problema é a cara deslavada que esse pastor faz, usando um tom de voz aveludado, emocionado para vender seu peixe. Pergunta para ele se ele usa essa fronha pra dormir. Esse povo que o segue e não só à ele, mas há muitos outros são um bando de coitados, sinto pena. Mas como diz um padre muito sábio amigo meu, os evangélicos vão todos para o céu, agora esses pastores vão todos para o inferno.

Fernando Lopes

Homilia Diária

O preço da verdade
A figura de João Batista, de que fala o evangelho de hoje, de Marcos 6,7-29, está intimamente ligada àquela de Cristo. Já antes do nascimento, exulta de alegria no ventre de Isabel quando do encontro com Maria.
Será depois ele quem irá apontar ao mundo o Cordeiro de Deus. Será ele também quem dará  testemunho da Voz do alto que proclama Jesus como filho de Deus, enquanto batiza nas águas do Jordão.
Com grande humildade, aceita e realiza a sua missão que é a de preparar o caminho para a chegada de Cristo. João sabe que deve diminuir e desaparecer para dar espaço ao Messias.
Receberá por sua vez um grandíssimo elogio da parte do Senhor: “em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista”.
A sua grandeza brilhará como uma luz plena quando o seu testemunho da verdade assumir as características do heroísmo.
Com a mesma franqueza com que anunciou Cristo ao mundo, denuncia a imoralidade de um poderoso, consciente dos riscos que corria.
O ódio dos poderosos, às vezes temperado com a mais descarada imoralidade, quase sempre desemboca na vingança para com quem ousa denunciar a baixeza.
Todos nós sabemos que infelizmente as vozes incômodas devem calar. Aconteceu com Jesus e depois dele com uma numerosa horda de testemunhas intrépidas e corajosas.
A denúncia, ainda que merecida, ou leva à conversão ou alimenta o ódio. Se depois se tem a triste sina de envolver as mulheres e o sexo pode-se esperar tudo inclusive o absurdo de torpes promessas que podem custar a vida de outras pessoas.
É significativo, de fato, que a cabeça de João Batista entre em um lugar de orgia, em um banquete que é exatamente o contrário de um convívio de amor.
A cegueira e a obtusidade que ofuscam a razão e obnubilam as consciências está naquele estado absurdo que transforma a razão e o direito inclusive à custa da vida de um inocente.
O verdadeiro vitorioso, no entanto, é ele, João, que precede Cristo no martírio e leva, assim, o seu intrépido testemunho até o martírio, até o calvário.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Santo do Dia


Santo Agostinho de Hipona

Aurélio Agostinho nasceu, no dia 13 de novembro de 354, na cidade de Tagaste, hoje região da Argélia, na África. Era o primogênito de Patrício, um pequeno proprietário de terras, pagão. Sua mãe, ao contrário, era uma devota cristã, que agora celebramos, como santa Mônica, no dia 27 de agosto. Mônica procurou criar o filho no seguimento de Cristo. Não foi uma tarefa fácil. Aliás, ela até adiou o seu batismo, receando que ele o profanasse. Mas a exemplo do provérbio que diz que "a luz não pode ficar oculta", ela entendeu que Agostinho era essa luz.

Aos dezesseis anos de idade, na exuberância da adolescência, foi estudar fora de casa. Na oportunidade, envolveu-se com a heresia maniqueísta e também passou a conviver com uma moça cartaginense, que lhe deu, em 372, um filho, Adeodato. Assim era Agostinho, um rapaz inquieto, sempre envolvido em paixões e atitudes contrárias aos ensinamentos da mãe e dos cristãos. Possuidor de uma inteligência rara, depois da fase de desmandos da juventude centrou-se nos estudos e formou-se, brilhantemente, em retórica. Excelente escritor, dedicava-se à poesia e à filosofia.

Procurando maior sucesso, Agostinho foi para Roma, onde abriu uma escola de retórica. Foi convidado para ser professor dessa matéria e de gramática em Milão. O motivo que o levou a aceitar o trabalho em Milão era poder estar perto do agora santo bispo Ambrósio, poeta e orador, por quem Agostinho tinha enorme admiração. Assim, passou a assistir aos seus sermões. Primeiro, seu interesse era só pelo conteúdo literário da pregação; depois, pelo conteúdo filosófico e doutrinário. Aos poucos, a pregação de Ambrósio tocou seu coração e ele se converteu, passando a combater a heresia maniqueísta e outras que surgiram. Foi batizado, junto com o filho Adeodato, pelo próprio bispo Ambrósio, na Páscoa do ano de 387. Portanto, com trinta e três e quinze anos de idade, respectivamente.

Nessa época, Agostinho passou por uma grande provação: seu filho morreu. Era um menino muito inteligente, a quem dedicava muita atenção e afeto. Decidiu, pois, voltar com a mãe para sua terra natal, a África, mas Mônica também veio a falecer, no porto de Óstia, não muito distante de Roma. Depois do sepultamento da mãe, Agostinho prosseguiu a viagem, chegando a Tagaste em 388. Lá, decidiu-se pela vida religiosa e, ao lado de alguns amigos, fundou uma comunidade monástica, cujas Regras escritas por ele deram, depois, origem a várias Ordens, femininas e masculinas. Porém o então bispo de Hipona decidiu que "a luz não devia ficar oculta" e convidou Agostinho para acompanhá-lo em suas pregações, pois já estava velho e doente. Para tanto ele consagrou Agostinho sacerdote e, logo após a sua morte, em 397, Agostinho foi aclamado pelo povo como novo bispo de Hipona.

Por trinta e quatro anos Agostinho foi bispo daquela diocese, considerado o pai dos pobres, um homem de alta espiritualidade e um grande defensor da doutrina de Cristo. Na verdade, foi definido como o mais profundo e importante filósofo e teólogo do seu tempo. Sua obra iluminou quase todos os pensadores dos séculos seguintes. Escreveu livros importantíssimos, entre eles sua autobiografia, "Confissões", e "Cidade de Deus".

Depois de uma grave enfermidade, morreu amargurado, aos setenta e seis anos de idade, em 28 de agosto de 430, pois os bárbaros haviam invadido sua cidade episcopal. Em 725, o seu corpo foi transladado para Pavia, Itália, sendo guardado na igreja São Pedro do Céu de Ouro, próximo do local de sua conversão. Santo Agostinho recebeu o honroso título de doutor da Igreja e é celebrado no dia de sua morte.

Homilia Diária

O cristão vive dos valores do Reino de Deus
Hoje, celebramos o dia de Santo Agostinho. Nesta celebração, a Igreja, para esta festa, medita sobre o evangelho de Mateus 23,23-26.
Neste evangelho, Jesus continua a discutir com alguns escribas e fariseus. Eles são chamados de guias cegos, porque eles pagam todos os impostos, mas não mudam por dentro. Segundo Jesus, eles são capazes de filtrar o mosquito, mas deixam passar o camelo. Além disso, Jesus pede para que eles limpem primeiro o copo por dentro, para depois limpá-lo por fora.
Apliquemos este evangelho para a nossa vida. Um dos meios através dos quais tornamos a nossa religião superficial e unilateral é o formalismo religioso, que faz com que sejamos capazes de cumprir até mesmo os menores preceitos, mas tiram da nossa vida o mais importante que são os ensinamentos fundamentais para a nossa vida como a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
Ser verdadeiramente cristão significa ser capaz de viver os valores do Reino e não simplesmente o cumprimento de rituais e a capacidade de falar coisas bonitas e poéticas a respeito de Deus.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Homilia Diária

A caridade é fonte de evangelização
Hoje, celebramos o dia de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho. Neste dia, a Igreja medita sobre o evangelho de Mateus 23,13-22.
O evangelho traz uma série de condenações a alguns fariseus e a alguns escribas. Jesus condena o fato de que eles fecharem o Reino de Deus para os outros e também o fato de que quando convertem alguém já o levam ao inferno. Eles mudam até o sentido da oferta que fazem para dar a impressão de que são cumpridores da lei.
Vamos fazer uma aplicação deste evangelho para nós, cristãos. Nós sabemos que a autenticidade de nossa fidelidade ao evangelho pode ser verificada em base à atenção e à solicitude concreta que temos para com o próximo, especialmente os mais fracos e marginalizados.
Assim, o serviço da caridade, que pode se desenvolver de várias maneiras se converte em uma forma privilegiada de evangelização, à luz do ensinamento de Jesus, que considerará como feito para si o que tivermos feito aos irmãos, especialmente aos mais pequeninos e sem proteção.
Para que nosso serviço não seja somente filantropia, mas útil e merecedor do elogio de Jesus, é preciso alimentá-lo com a oração constante e a confiança em Deus. É preciso harmonizar nosso olhar com o olhar de Jesus, nosso coração com o seu coração.
Desta maneira, o apoio amoroso, oferecido aos irmãos, se traduz em participação e em uma partilha consciente de suas esperanças e sofrimentos, tornando visível a misericórdia de Deus para com cada ser humano.
É assim que vencemos a hipocrisia e nos tornamos dignos de ser chamados filhos de Deus.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Homilia Diária

Bartolomeu entrou na intimidade de Jesus
Na festa de São Bartolomeu, apóstolo, nós meditamos sobre o evangelho de João 1,45-51.
O evangelho fala de dois discípulos novos de Jesus: Filipe e Natanael. Natanael é o apóstolo Bartolomeu.
Filipe recebe diretamente o chamado. Natanael é chamado através de um amigo.
Os dois se reencontram na presença de Jesus. Esse encontro representou para eles uma experiência de fé, uma mudança no seu comportamento, uma nova dimensão na maneira de ver as coisas. Isso os abriu para outras possibilidades.
O encontro com Jesus representou para eles uma ruptura com o passado, a entrada em um novo mundo, em um novo sentido da vida, porque buscar Jesus quer dizer buscar a verdade, buscar a luz, buscar Deus.
Vem e vê! Entrar na intimidade de Jesus significa descobrir o seu modo de viver, vivendo com ele, com as pessoas, nossos irmãos.
É somente na experiência comunitária, no interesse pela maneira de viver dos outros, no fato de permanecer e de ser solidário com os outros que nós conseguimos fazer aos poucos a experiência da nossa fé.
Vereis o céu aberto. Deus se apresenta e entra em contato com as pessoas através de Jesus. Ele quer se sentir próximo dos homens e é entre eles que armou a sua tenda, na comunidade.
O céu, nesta perspectiva do evangelho, vem até nós através de Jesus. Através da nossa participação, na medida em que o podemos, da vida de Deus.
Quantas coisas poderíamos ver e provar se seguíssemos realmente Jesus!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Homilia Diária

O tesouro do cristão é o Reino dos céus
Hoje, celebramos a festa de Santa Rosa de Lima. É a Padroeira da América Latina e das Filipinas.
Nesta festa, a Igreja medita sobre o evangelho de Mateus 13,44-46, que diz: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.
Trata-se de um evangelho cheio de figuras, mas com um questionamento claro para cada cristão: o que realmente tem valor para nós?
Podemos dar valor às coisas, como o carro, mas não valorizar a vida. O evangelho de hoje nos ensina a valorizar as coisas do alto. O Reino dos céus é a meta de cada cristão.
A comparação com o tesouro nos mostra o valor que o Reino de Deus deve ter nas nossas vidas, um valor que não pode ser superado por nenhum outro valor deste mundo.
A pérola nos mostra a preciosidade inigualável que é o Reino de Deus para todas as pessoas.
E tanto o valor como a preciosidade do Reino de Deus significam que todas as outras coisas perdem sua importância diante dele e só têm sentido enquanto contribuem para que o homem possa chegar até Deus.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Homilia Diária

Celebrar Maria é celebrar a própria história de Cristo
Hoje, celebramos o dia de Nossa Senhora Rainha. Meditamos sobre o evangelho de Lucas 1,26-38.
Jesus se insere na história da humanidade e, ao fazê-lo, também passa a ter uma história. Ele é verdadeiramente homem e assume em tudo a condição humana, menos o pecado.
Ao comemorarmos a festa de Nossa Senhora Rainha, estamos comemorando um fato da história do próprio Cristo, pois qualquer comemoração relativa a Maria está condicionada ao nascimento de Cristo ou a alguma das graças que ela recebeu de Deus.
Na festa de hoje, nós vemos que Deus estava preparando o ventre digno de receber seu próprio Filho.
Com isso, podemos perceber a ação do Deus que é Senhor da história e que, agindo na própria história da humanidade, conta com a colaboração de todos para a realização do seu plano. Nesse plano, Maria é a primeira das bem-aventuradas.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Homilia Diária

A recompensa do cristão é a vida eterna


O evangelho de hoje é tirado de Mateus 19, 23-30. Jesus fez ao jovem rico a grande proposta de sua perfeição moral, de sua maior elevação espiritual, da liberdade total para o reino dos céus. O jovem, no entanto, se afastou com tristeza porque possuía muitos bens. Ele preferiu a escravidão da matéria à liberdade do Reino dos céus.
Assim que o jovem se afasta, Jesus diz: “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.
São palavras fortes que não deixam qualquer margem para uma interpretação diferente do que diz o evangelho. Além disso, Jesus disse: “Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A lâmpada do corpo é o olho: se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz. Mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas. Se, pois, a luz em ti é trevas, quão grandes serão as trevas! Ninguém pode servir a dois senhores: ou vai odiar o primeiro e amar o outro, ou aderir ao primeiro e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro!” (Mt 6,19-24).
Quem serve a terra, da terra será escravo. Quem serve o céu, do céu receberá a liberdade.
Então, não existe salvação para quem serve aos bens deste mundo e deixa que o próprio coração fique escravo deles?
A salvação é sempre possível pela graça. Deus pode sempre mandar ao nosso coração uma graça tão grande, poderosa, forte, envolvente, que será capaz de libertar o espírito de toda concupiscência e avareza, de todo apego às coisas e tornar a pessoa livre para o Senhor e Deus.
Essa graça é dom gratuito, nunca mérito. Pelo dom dessa graça também o rico poderá se salvar, porque por ela pode se libertar da riqueza e se abrir à misericórdia, à piedade, à compaixão, à caridade, à total disponibilidade de todo o seu ser para entregar-se a Cristo e à missão de salvação.
Pedro quis saber qual seria a recompensa para ele e para os outros discípulos que deixaram tudo para seguir Jesus. Jesus promete: cem vezes mais nesta terra e o paraíso. A recompensa é verdadeiramente alta. Nada se perde. Recebe-se o cêntuplo. Entra-se no paraíso.
Não se trata, porém, de um cêntuplo material, mas espiritual. A alegria que teremos recebido das coisas da terra e da matéria é multiplicada ao infinito sem necessidade desses bens.
O Deus da paz e da alegria entra no nosso coração e traz para ele um raio da felicidade eterna, já nesta hora. Esta é a recompensa.


sábado, 18 de agosto de 2012

Trabalho, Recurso e Desafio para a Família


Caríssimos, de 11 até 18 de agosto estaremos vivendo a Semana Nacional da Família, evento anualmente promovido pela Igreja, desde 1992, como resposta ao desejo de se fazer algo concreto em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente em nossa sociedade. 

Diante disso, propomos com esse texto uma breve reflexão a respeito do tema:

TRABALHO, RECURSO E DESAFIO PARA A FAMÍLIA

No início do Gênesis, a primeira imagem do homem e da mulher retrata também a beleza do paraíso. A terra sorri em frutos e tudo que nela existe se submete ao poderio humano. Tudo muito belo, fácil e espontâneo no oásis de fertilidade que é o jardim do Éden.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Homilia Diária

O que Deus uniu o homem não separe
O evangelho de hoje, de Mateus 19,3-12, fala sobre o sacramento do matrimônio. Jesus não ensina nada de novo. Apenas reafirma de maneira nova o que deve ser a essência do matrimônio.
Uma família para ser bem construída deve ter suas bases fortes, pois sem a confiança em Deus, sem a confiança em Cristo, que nos dá também a capacidade da fé e da vida, a família não pode sobreviver.
É isso o que nós podemos ver hoje. Somente a fé em Cristo, somente a participação na fé da Igreja salva a família. E, por outro lado, a Igreja só pode viver se a família se salva.
Nós podemos não ter a receita de como isso pode acontecer. Porém, podemos acreditar que devemos ter isso sempre presente.
Dessa forma, precisamos fazer todo o possível para favorecer a família: círculos familiares, catequese familiar, ensinar a oração na família.
Isso parece muito importante: onde se faz a oração juntos, está presente o Senhor, está presente a força que pode romper inclusive com a esclerocardia, isto é, com a dureza de coração que, segundo Jesus, é o verdadeiro motivo do divórcio.
Somente a presença do Senhor, e nada mais, nos ajuda a viver realmente o que desde o início o Criador quis e o Redentor renovou.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Homilia Diária

O perdão cristão é incondicional
Como é difícil perdoar!
Hoje, nós meditamos, através do evangelho de Mateus 18,11-19,1, sobre o perdão cristão, sobre a alegria e sobre a paz que experimentamos quando somos perdoados.
Ao contrário, não existe nem a necessidade de refletir para ver o quanto seja cruel e detestável o comportamento de quem, como o servidor da parábola, depois de ter sua dívida perdoada, graças à piedade do patrão, cai como leão em cima da outra pessoa, exigindo o pagamento até do último centavo daquilo que ele lhe deve.
Seria bom não somente condenar e deplorar a maneira de agir dos outros, mas deveríamos  também reconhecer que também nós devemos ter uma generosidade maior, a fim de sermos mais compreensíveis e mais prontos a perdoar àqueles que nos ofenderam.
Jesus, com suas palavras e com o seu exemplo, nos ensinou o que pode nos levar à caridade cristã e torná-la mais atraente e desejável: a graça de Deus.
Devemos olhar sempre para ele, para ver se nossos corações não estão endurecidos. Tendo Jesus como nosso modelo, nós estaremos prontos não somente a perdoar as ofensas e a nos mostrar indulgentes em relação aos outros, mas também a reconhecer quando somos corrigidos as pessoas estão nos fazendo fazem um grande favor.
A esse proposto, poderemos nos lembrar de José, o filho predileto de Jacó, figura de Cristo, que salvou toda a sua família da morte por inanição justamente por ter sido vendido pelos seus irmãos invejosos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

As 3 peneiras

Com um jeito todo próprio Pe. Chrystian vai nos falar sobre as peneiras que precisamos usar antes de falarmos as coisas.



"Precisamos colocar a nossa boca à disposição de Deus!"

Homilia Diária

A correção fraterna é obra de misericórdia
A correção fraterna de que fala o evangelho de hoje, de Mateus 18,15-20, é uma obra de misericórdia. Todos nós, se fizermos uma análise bem profunda, veremos que temos faltas. Porém, não precisamos nos entregar a elas, se houver alguém perto de nós que, através de um ato de amor, nos ajude a nos corrigir. É por isso que falamos em amor fraterno. A fraternidade consiste em nos ajudar, mas vendo dentro de nós mesmos as faltas que nem sempre queremos ver.
Obviamente, essa grande obra de misericórdia, ajudar uns aos outros para cada um possa realmente encontrar a própria integridade. Isso exige muita humildade e amor. A misericórdia só pode vir de um coração humilde que não se põe sobre o outro, que não se considera melhor do que o outro, mas humilde instrumento de Deus para nos ajudarmos reciprocamente.
Somente se sente essa profunda e verdadeira humildade se se sente que as palavras de Jesus foram feitas em vista do amor comum, do afeto fraterno mediante o qual queremos servir a Deus como irmãos. Podemos, dessa maneira, ajudar-nos uns aos outros com grande amor.
Porém, não basta corrigir. É preciso também consolar, compartilhar os sofrimentos do outros, ajudá-los nas dificuldades. Também isso parece ser um grande ato de verdadeiro afeto colegial. Nas tantas situações difíceis de hoje, podemos ficar quase que num beco sem saída.
Nesse momento, é preciso ser consolado, é preciso que alguém esteja próximo até da solidão interior do irmão para realizar a obra do Espírito Santo, o Consolador, ou seja, a obra de dar alento, de nos levantarmos juntos, de nos apoiar mutuamente, ajudados pelo próprio Espírito Santo.
Portanto, o evangelho de hoje é um grande convite a sermos generosos em nos ajudar uns aos outros, para que possamos não somente ser consolados, mas viver da graça de Deus.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Santo do Dia


São Maximiliano Maria Kolbe

Maximiliano Maria Kolbe nasceu no dia 8 de janeiro de 1894, na Polônia, e foi batizado com o nome de Raimundo. Sua família era pobre, de humildes operários, mas muito rica de religiosidade. Ingressou no Seminário franciscano da Ordem dos Frades Menores Conventuais aos treze anos de idade, logo demonstrando sua verdadeira vocação religiosa.

No colégio, foi um estudante brilhante e atuante. Na época, manifestou seu zelo e amor a Maria fundando o apostolado mariano "Milícia da Imaculada". Concluiu os estudos em Roma, onde foi ordenado sacerdote, em 1918, e tomou o nome de Maximiliano Maria. Retornando para sua pátria, lecionou no Seminário franciscano de Cracóvia.

O carisma do apostolado de padre Kolbe foi marcado pelo amor infinito a Maria e pela palavra: imprensa e falada. A partir de 1922, com poucos recursos financeiros, instalou uma tipografia católica, onde editou uma revista mariana, um diário semanal, uma revista mariana infantil e uma revista em latim para sacerdotes. Os números das tiragens dessas edições eram surpreendentes. Mas ele precisava de algo mais, por isso instalou uma emissora de rádio católica. Chegou a estender suas atividades apostólicas até o Japão. O seu objetivo era conquistar o mundo inteiro para Cristo por meio de Maria Imaculada.

Mas teve de voltar para a Polônia e cuidar da direção do seminário e da formação dos novos religiosos quando a Segunda Guerra Mundial estava começando. Em 1939, as tropas nazistas tomaram a Polônia. Padre Kolbe foi preso duas vezes. A última e definitiva foi em fevereiro de 1941, quando foi enviado para o campo de concentração de Auschwitz.

Em agosto de 1941, quando um prisioneiro fugiu do campo, como punição foram sorteados e condenados à morte outros dez prisioneiros. Um deles, Francisco Gajowniczek, começou a chorar e, em alta voz, declarou que tinha mulher e filhos. Padre Kolbe, o prisioneiro n. 16.670, solicitou ao comandante para ir em seu lugar e ele concordou.

Todos os dez, despidos, ficaram numa pequena, úmida e escura cela dos subterrâneos, para morrer de fome e sede. Depois de duas semanas, sobreviviam ainda três com padre Kolbe. Então, foram mortos com uma injeção venenosa, para desocupar o lugar. Era o dia 14 de agosto de 1941.

Foi beatificado em 1971 e canonizado pelo papa João Paulo II em 1982. O dia 14 de agosto foi incluído no calendário litúrgico da Igreja para celebrar são Maximiliano Maria Kolbe, a quem o papa chamou de "padroeiro do nosso difícil século XX". Na cerimônia de canonização estava presente o sobrevivente Francisco Gajowniczek, dando testemunho do heroísmo daquele que se ofereceu para morrer no seu lugar.

Homilia Diária

Quem é o maior no Reino dos céus?
O evangelho de hoje, de Mateus 18,1-5. 10,12-24, gira em torno de uma pergunta: quem é o maior no Reino dos céus. Jesus responde que é aquele que se faz como uma criança e aquele que serve a todos.
Junto a Cristo e em Cristo, também  pedimos para entrar em sintonia com a vontade do Pai, convertendo-nos também nós em filhos.
Jesus, portanto, neste evangelho de hoje expressa a vontade de colocar  em seu conhecimento filial de Deus todos aqueles que o Pai quer tomar sob o seu amparo, isto é, todos aqueles que acolhem esse dom, os pequenos.
Mas o que quer dizer ser pequenos, sensíveis? Qual é a pequenez que abre o ser humano à intimidade filial com Deus e a acolher sua vontade? Qual deve ser a atitude de base para a nossa oração?
Prestemos atenção no Sermão da Montanha, onde Jesus afirma: “bem-aventurados os que têm o coração puro, porque verão a Deus”.
Portanto, o evangelho de hoje nos ensina que é a pureza de coração que permite reconhecer o rosto de Deus em Jesus Cristo.
Ao mesmo tempo, ensina-nos a ter o coração sensível como o das crianças, sem a presunção de quem se fecha em si mesmo, pensando que não precisa de ninguém, nem de Deus.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Homilia Diária

A obediência a Jesus nos leva a ser honestos
No evangelho de hoje, de Mateus 17,22-27, nós vemos que, como sempre, Pedro responde de maneira precipitada. Porém, devemos mais uma vez reconhecer que também nós às vezes somos levados a falar antes de refletir.
Na explicação, dada especialmente a Pedro para a sua preparação em vista da missão que lhe seria confiada de pastor do rebanho de Cristo, Jesus mostra que devemos estar prontos a nos conformar com a necessidade de contribuir para a conservação das estruturas materiais.
Em certo sentido, é bonito ver que Pedro não exige isenção ou a facilitação da parte de Jesus em relação ao imposto que deve ser pago ao templo. É assim que ele descobre que ele quis compartilhar a nossa condição humana sob todos os aspectos, menos no pecado.
Mas a maneira com a qual o pagamento de imposto é extraordinária. A habilidade de Pedro como pescador é o meio humano usado para encontrar o dinheiro, ao mesmo tempo em que é maravilhosa a coincidência pela qual ele pesca justamente o peixe que havia engolido a soma necessária.
Mas o evangelho nos ensina algo a mais do que o pagamento do imposto do tempo ou o fato de que nós devemos pagá-lo com o fruto do nosso trabalho. Jesus nos ensina que se obedecermos ao que ele nos manda, nós agiremos de maneira honesta e sairemos vencedores em qualquer dificuldade.

domingo, 12 de agosto de 2012

Homilia Diária

Em Jesus temos a vida eterna
A palavra desde décimo nono domingo do tempo comum, nos ajuda a superar a fome de sentido e o senso de vazio da nossa existência, oferecendo a cada um de nós a possibilidade de escolher entre duas possibilidades: caminhar, apesar das dificuldades, ou murmurar sempre.
João, no evangelho de hoje (6,41-51) relata que à auto revelação de Jesus (Eu sou o pão da vida), os seus interlocutores reagiram murmurando contra ele: lembraram-no sobre a sua origem humilde e sobre a impossibilidade de ele ter uma origem divina.
Jesus respondeu mostrando que por causa de sua incredulidade: só quem é atraído pelo Pai pode ir a ele, isto é, quem não reconhece Jesus como Filho de Deus, o seu enviado, não terá a vida eterna.
Portanto, para ser instruídos por Deus, para ter a vida eterna, é preciso aderir ao ensinamento de Jesus. Ele é o pão vivo que dá a vida. Na verdade, quem come o pão vivo, quem crê que ele é o revelador, total e definitivo, do Pai, não morre.
É bonito ver que Jesus não usa o verbo no futuro. Ele não diz: terá a vida eterna, mas tem a vida. Isso significa que quem assimila a revelação do Senhor, já nesta terra, não cai nas trevas do desconforto. Recebe, antes, a força que permite continuar o caminho na paz e na alegria da presença do Mestre, até alcançar o lugar do nosso encontro com ele.
Ora, à promessa da esperança da existência aberta ao encontro com Deus, Jesus promete a sua carne imolada na cruz. O Verbo divino feito carne é o alimento para a salvação do mundo.
Não se trata de um pão simbólico, mas da revelação trazida por Jesus: o pão da vida é Jesus dado pelo Pai à humanidade, mas do pão eucarístico. Esse pão é o corpo de Jesus oferecido por ele mesmo pela vida do mundo, em favor de cada criatura que, livremente, deseja saciar-se do dom da eucaristia.
Comer a sua carne, participar sinceramente da celebração dos sacramentos e comungar da vida de Cristo para ser levados à plenitude da vida – aqui e na eternidade – significa também dar a nossa vida redimida pelos irmãos.
O Verbo feito história, pão repartido por nós, pede que nós nos tornemos pão ao nosso redor sendo bondosos e misericordiosos: como o Pai tem misericórdia de nós, a ponto de nos dar o seu Filho na eucaristia, também nós devemos estar dispostos a romper com os nossos egoísmos, para distribuir o pão do perdão, da alegria e da paz.

sábado, 11 de agosto de 2012

Homilia Diária

O cristão é aquele que tem as armas de Deus
O evangelho deste sábado é tirado de Mateus 17,14-20. Nele, Mateus fala de um pai que vai ter com Jesus e diz que os discípulos não foram capazes de curar o seu filho epilético.
Os discípulos depois perguntaram a Jesus por que não conseguiram curar o menino. Jesus respondeu que foi por causa de sua falta de fé, pois se eles tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderiam dizer qualquer coisa e isso aconteceria.
Quem não vê neste evangelho a descrição do que acontece em nosso mundo, no qual o cristão se sente ameaçado por uma atmosfera anônima, por algo que está no ar, que quer fazê-lo ver sua fé como algo ridículo e insensato?
Quem não percebe que existem contaminações do clima espiritual em âmbito universal que ameaçam a humanidade em sua dignidade, inclusive em sua existência?
Os homens e as comunidades humanas parecem estar irremediavelmente abandonados à ação desses poderes.
O cristão sabe que pode fazer pouco contra essas ameaças. Porém, na fé, na comunhão com o único verdadeiro Senhor do mundo, ele recebe as armas de Deus, com as quais, em comunhão com todo corpo de Cristo, pode enfrentar esses poderes, sabendo que o Senhor volta a nos dar na fé o ar limpo para respirar, o alento do criador, o alento do seu Espírito Santo, somente no qual o mundo pode ser curado.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Homilia Diária

Quem seguir Jesus será honrado por Deus Pai
Hoje, a Igreja, por meio da Liturgia Eucarística que celebra o mártir romano São Lourenço, nos lembra que «Existe um testemunho de coerência que todos os cristãos devem estar dispostos a dar cada dia, inclusive a custa de sofrimentos e de grandes sacrifícios» (João Paulo II).
Na celebração desta memória, nós meditamos sobre o evangelho de João 12,24-26.
Neste evangelho nós descobrimos uma das maiores responsabilidades daqueles que desejam ser discípulos de Jesus: a vivência de forma radical dos valores evangélicos e o testemunho da verdade anunciada por Jesus.
Na verdade, Jesus nos ensina a morrer como o trigo para dar vida ao mundo. Quem seguir Jesus será honrado pelo Pai.
Todas as pessoas que assumem essa radicalidade do Evangelho mostram ao mundo que existe a verdadeira esperança de superar todos os males que marcam o nosso tempo e construir uma nova realidade fundamentada nos valores evangélicos, que pode trazer às pessoas humanas a verdadeira felicidade, e que, na sua busca, vale a pena o sacrifício até mesmo da própria vida.
Este evangelho se aplica à vida de São Lourenço. Como mártir ele se tornou testemunha da santidade da lei moral. Para Lourenço, na vida do cristão há exigências de amor básicas que não admitem nunca exceções nem adaptações.
De fato, “Na Nova Aliança encontram-se numerosas testemunhas de seguidores de Cristo que (…) aceitaram as perseguições e a morte antes de fazer o gesto idólatra de queimar incenso diante a estátua do Imperador” (João Paulo II).
A vida de São Lourenço pode se tornar um exemplo para os cristãos de hoje diante do mercado religioso que se transformou o nosso mundo.
Não podemos procurar o lugar onde com mais facilidade resolvemos os nossos problemas, mas o lugar onde com mais facilidade nós podemos nos encontrar com Deus.
O maior milagre que podemos pedir hoje para Deus é ser honrados por ele, porque demos um sentido à nossa vida, lutando pela causa do pobre, do perseguido, do marginalizado, defendendo a vida e a família.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Homilia Diária

Os apóstolos são como nós
Hoje Jesus proclama que Pedro é bem-aventurado, segundo o evangelho de Mateus 16,13-23, por causa de sua declaração de fé: “Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. Jesus então declarou: ‘’Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu’”. Nesse momento, Jesus prometeu a Pedro o primado da sua Igreja.
Porém, pouco depois o repreendeu por ter manifestado uma ideia demasiado humana e errada do Messias: “Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: ‘Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!’ Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: ‘Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus mas sim as coisas dos homens!’”.
Devemos agradecer aos evangelistas pelo fato de nos terem apresentado os primeiros discípulos de Jesus assim como eram: não como personagens idealizados, mas como gente de carne e osso, como nós, com virtudes e defeitos.
É isso que faz com que eles sejam tão próximos de nós e nos ajudem a ver que o aperfeiçoamento na vida cristã é um caminho que todos devem fazer, pois ninguém nasce já sabendo tudo.
Dado que já sabemos como foi a história, aceitamos que Jesus Cristo tenha sido o Messias sofredor, profetizado por Isaías e tenha entregue a sua vida na cruz.
O que mais nos custa aceitar é que tenhamos de manter presente a sua obra através do mesmo caminho de entrega, renúncia e sacrifício.
Influenciados como estamos por sociedade que preza pelo êxito rápido, por aprender sem esforço e de modo divertido, e por conseguir o máximo proveito com o mínimo de trabalho, é fácil acabar vendo as coisas mais como os homens do que como Deus.
Uma vez recebido o Espírito Santo, Pedro aprendeu por onde passava o caminho que devia seguir e passou a viver com esperança. Que isso também aconteça conosco, hoje e sempre!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Homilia Diária

Não podemos nos dar por vencidos
No evangelho de hoje, de Mateus 15,21-28, nós vamos com Jesus à região de Tiro e Sidon. Ali contemplamo-lo recebendo uma mulher cananeia que tem uma filha que está atormentada por um mau espírito.
Em princípio, parece que Jesus não quer atender ao seu pedido para exorcizar o mal de sua filha. Ele diz à mulher que veio para o povo de Israel e que não é justo tirar do que é desse povo para dar a pessoas de outros povos. A mulher não se dá por vencida. Ao contrário, deixa Jesus comovido e ele a cura.
Este evangelho nos ajuda a entender que não podemos viver ancorados em esquemas morais prefixados ou nos fechar dentro das muralhas do nosso poder defensivo e ofensivo, nem mesmo do poder religioso.
A mulher cananeia faz um caminho diferente do nosso para chegar a Jesus. Não somente respeita a lei, mas se põe de joelhos, debaixo da mesa da graça, para recolher as migalhas da fé que, para ela, é digna de respeito e tem um valor precioso e vital. Quantos de nós não desvaloriza a religião por causa dos homens!?
A mulher cananeia se torna hoje para nós o modelo de pessoa sincera e crente, da pessoa que procura colocar toda a sua vida em oração. É por isso que ela alcança o milagre que espera.
Jesus a louva por isso. Porém, para além do milagre que ela consegue, o milagre de que fala o evangelho de hoje se torna uma ocasião para que os homens e as mulheres do século XXI possam rever e tomar consciência de que precisam ainda ouvir a palavra de Jesus. Nele, as nossas esperanças se tornam realidade, como aconteceu com a mulher cananeia.
Essa mulher nos ensina que muitas vezes somos nós que estamos distantes de Jesus, mas mesmo assim podemos nos aproximar dele com humildade, para que, reconhecendo o seu poder, através da oração, consigamos não só o que queremos, mas também estar na sua presença. Vivamos isso hoje!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Há morte ou vida na panela da sua vida?

Resumo da pregação do DVD "Há vida ou morte na panela da sua família" onde Pe. Chrystian Shankar aborda de uma maneira prática, divertida e de fácil entendimento uma passagem Bíblica que fala sobre uma sopa feita com uma erva venenosa, onde após colocar farinha, a sopa se torna nutritiva. Há morte na sua panela ou existe uma sopa nutritiva?



"Repita comigo: a farinha é Jesus!"

Homilia Diária

Não tenhamos medo de dizer: Senhor, salva-me!
O evangelho de hoje é tirado de Mateus 14,26-36. Neste evangelho, nós somos levados ao Lago de Tiberíades, durante a noite. No meio do lago estão os discípulos, esperando por Jesus que, após a multiplicação dos pães, fica em terra para despedir a multidão.
No meio da noite, Jesus aparece caminhando sobre as águas. Pedro, para confirmar que também pode fazer a mesma coisa, pede a Jesus que o deixe ir até ele. No entanto, vacila na sua fé enquanto começa a andar sobre as águas. Jesus o toma pela mão e repreende a ele e aos discípulos por duvidarem quando mais precisam.
Fixemos os nossos olhares na pessoa de Pedro. A sua generosidade impetuosa não o livra dos perigos vinculados à fraqueza humana. O mesmo acontece conosco. Nós nos reconhecemos em Pedro, se tomarmos como base a nossa vida.
Pedro seguiu Jesus com entusiasmo, superou a prova da fé, entregando-se totalmente a ele. No entanto, chegou um momento em que também ele cedeu ao medo e caiu, inclusive traiu o Mestre.
Para nós fica a lição: a escola da fé não é uma marcha triunfal, mas um caminho salpicado de quedas e de amor, de provas e de fidelidades que precisam ser renovados todos os dias.
Pedro, que havia prometido fidelidade absoluta, experimentará muitos momentos de queda. Isto quer dizer que não basta o entusiasmo para seguir Jesus. É preciso comprometimento, esforço, entrega total.
Jesus nos ensina hoje que, como Pedro, nós precisamos sempre de uma mão amiga para nos tirar dos perigos, em especial quando somos engolidos pelo mar dos problemas, pelo mar das dificuldades.
É nesse momento que Jesus deixa de ser um fantasma para se tornar o amigo que nos toma pela mão, reaviva a nossa fé e nos traz o seu perdão. Assim como Pedro, não tenhamos hoje medo de dizer: “Senhor, salva-me!”.